“É importante que os doentes não deixem a terapia” – Dia Mundial do Parkinson | 11 de abril
A Associação Portuguesa de Doentes com Parkinson (APDPk) acaba de lançar uma linha de apoio para ajudar doentes e cuidadores a esclarecer as suas maiores dúvidas durante a pandemia de Covid-19, assim como apoiar nesta fase de isolamento social. Na semana em que se assinala o Dia Mundial da Doença de Parkinson, a associação colocou no seu website um manual onde foram compilados exercícios de fisioterapia, terapia da fala e alguns conselhos para permitir que os doentes deem continuidade em casa às atividades que desenvolviam nas sessões organizadas na associação.
, explica Ana Botas, presidente da APDPk. O manual que a associação lança esta semana pretende colmatar a falta das sessões presenciais e inclui exercícios de fisioterapia, dicas sobre postura, alimentação, hidratação e estilo de vida, para que o estado destes doentes não se deteriore durante o confinamento imposto pela pandemia.
, refere ainda a presidente da APDPk.
, explica Joaquim Ferreira, Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Diretor do CNS – Campus Neurológico e membro do Conselho Científico da APDPk.
Para o ano de 2020 a APDPk definiu como tema a abordar no Dia Mundial da Doença de Parkinson a importância dos cuidadores. Assim sendo este livro inclui também algumas dicas para ajudar os cuidadores a lidar com esta fase mais difícil, tais como:
Manter as rotinas e planear as semanas de forma a cumprir alguns objetivos.
Manter-se informado através de fontes seguras e fidedignas como a DGS e a OMS.
Aproveitar os momentos de descanso do doente com Parkinson e fazer alguma atividade de lazer.
, acrescenta Ana Botas.
Para assinalar a efeméride a APDPK desenvolveu ainda, em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN), a Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento (SPDMOV) e a CNS Academy, um vídeo que estará disponível no website da associação. Este vídeo contará com informação sobre a doença de Parkinson, assim como testemunhos de doentes e cuidadores que contam na primeira pessoas como é viver com a doença.
Este ano foi marcado por vários avanços e descobertas no tratamento das Doenças do Movimento, em particular na área da deep brain stimulation, uma área em que Portugal tem sido pioneiro: no início deste ano o nosso país foi um dos primeiros do mundo a implantar uma nova tecnologia que permite adaptar de forma precisa, e com base nos dados da atividade neurológica, a terapia às necessidades individuais de cada doente. Este novo sistema de estimulação cerebral profunda permite registar eventos, correlacionando-os com os sinais específicos do cérebro, o que leva a um maior conhecimento sobre a doença e sobre a forma como esta atua no cérebro de cada doente.
, conclui Ana Botas.
A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum a nível mundial (depois da Doença de Alzheimer). Em Portugal existem entre 18 a 20 mil doentes de Parkinson e são identificados todos os anos cerca de dois mil novos casos. Esta doença do movimento pode manifestar-se com vários sintomas, que são diferentes entre os doentes. Os sintomas motores mais comuns incluem lentidão dos movimentos, rigidez muscular, tremor e alterações da postura.
